Lutar e acreditar - a chave para a felicidade

Quem tem acompanhado as minhas stories reparou que li o livro da Sofia Ribeiro “Confia” e que neste momento estou a ler “Tomás” da Andreia Paes de Vasconcellos.

Duas realidades que em nada se comparam, mas que no fim o importante é passar a mensagem de que a vida é curta demais para desperdiçar com coisas fúteis e que devemos aproveitar cada segundo com os nossos sejam eles portadores de uma deficiência, de um cancro ou com menos uma perna ou um braço.

Quando engravidei do Francisco, confesso que tinha algum medo que os resultados dos exames não viessem como deveriam. Todas as mães pensam nisto certo? Para quem o leu o livro o Tomás, constatou que a Andreia não foi uma mãe diferente e também teve esses medos. Normal! Queremos o melhor para os nossos filhos.
Infelizmente os resultados das analises deram um falso negativo e assim que o Tomás nasceu a Andreia e o Bernardo deparam-se com uma dura realidade: a descoberta que o Tomás tinha Trissomia 21. Consigo imaginar através das palavras que estes pais escrevem o quão difícil e perturbador que foi receber esta notícia e dá-la aos seus familiares e amigos.
A forma como transmitem os sentimentos em palavras é inacreditável e já tinha apreciado a escrita da Andreia no seu blogue.

Agora uma outra realidade; cancro da mama.

Esta é uma batalha diária que não afeta só mulheres (mas a grande maioria claro) e que pode ser fatal para quem um dia se depara com o cancro.
O cancro da Sofia já estava avançado e tinha que iniciar os tratamento o quanto antes. Mais uma vez, imagino a dor que sentiu quando recebeu a notícia. As palavras da Sofia escritas em cada linha do seu livro fez-me pensar na vida, chorar pela vida e agradecer por ela também.

(Após a leitura, fiz a apalpação no meu peito (é o instinto) e decidi que vou marcar uma consulta para fazer um exame de rotina. Não senti nada de anormal, mas nunca se sabe. Façam vocês mesmas a apalpação e marquem exames também. O cancro da mama mata muitas mulheres, mas eu ou tu não temos que ser uma delas.)

Da mesma forma que agora o livro da Andreia me faz agradecer a Deus por o Francisco ser um bebé fantástico. Não vou dizer normal. O Tomás também é um bebé normal! O Tomás brinca imenso, partilha, conversa, sorri, chora, ele faz tudo o que um bebé dito normal faz! Fico maravilhada a olhar para as stories que a Andreia faz com o Tomás e com o Francisco, são dois bebés tão lindos cheios de amor um pelo o outro e sempre prontos a virar o quarto de pernas para o ar. A Trissomia 21 não ditou a personalidade do Tomás, tal como o cancro da mama na Sofia não a fez baixar os braços e permitir que a sua vida acabasse por ali.
Estas duas mulheres vieram ao mundo para serem felizes e radiar felicidade e coragem a quem as segue. Não foi injustiça o que lhes aconteceu. As barreiras que ambas encontraram na sua vida da maneira mais inesperada, quando menos suspeitavam que algo assim acontecesse, fizeram com que se tornasse mais fortes, com força que nem elas imaginavam ter!! Há volta delas, nós mulheres e mães aprendemos. Com elas, com o cancro e com a Trissomia.

Muitas vezes não nos apercebemos de como a nossa vida é ótima, com aquele ou outro problema de resolução fácil. Damos importância a muitas coisas sem importância.

Em ambos os livros o que mais me custou ler foi quando falaram do olhar da sociedade perante os seus casos. A Trissomia 21 é muitas vezes rejeitada pelos pais ainda na gravidez, levando ao aborto, mas também fora dela quando os bebés saem à rua e as pessoas lançam aquele olhar como se estivessem a ver algo assim tão fora do normal. Não é. É só um bebé. Até para o cancro a sociedade tende a descriminar, sem pouco ou nada saberem sobre ele. Ver críticas à Sofia pelas fotos que partilhava ou pelo vídeo emotivo que fez ao rapar o cabelo, partiu-me o coração. 

Em que sociedade vivemos?

Vamos criticar menos e apoiar mais. Vamos agradecer por estarmos bem.
Estamos vivos! E com saúde!
Vamos olhar menos para a celulite no nosso rabo.
Vamos pensar menos nos kg que ainda temos a perder.
Vamos perguntar menos “de onde são essas sandálias?” e perguntar mais “estás bem? Precisas de algum coisa?”.
Vamos amar. Os nossos e os outros.


1001 beijinhos para todas as mulheres e mães guerreiras que nos acompanham 💋

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