1ª semana de vida - a realidade
Helloooooo mamãs 🙋
Para quem não sabe, ontem no instagram fiz uma sondagem para ver que tema tinham mais curiosidade em ler e foi este que elegeram.
No entanto, quando acabar os tratamentos vou fazer um post sobre esse processo e os resultados. Muitas mães deixam passar este assunto ao lado mas não deviam. O nosso corpo precisa de ter cuidados depois do turbilhão de coisas que se modificam nele durante 9 meses e após o parto.
Mas, hoje vou mesmo contar-vos como foi a 1ª semana do Francisco.
Ainda grávida, às 37 semanas e 4 dias, descobrimos uma arritmia no coração dele.
Ficámos em pânico, mas mantivemos sempre a calma pois consultámos um especialista da área que garantiu não ser preocupante e que vários bebés nascem com arritmia e não complica nada a saúde dos mesmos.
Duas semanas depois, a minha médica provocou-me o parto.
Queria muito que fosse um parto normal sem complicações nenhumas, queria que aquele dia acabasse bem rápido e queria amamentar até aos 6 meses (pelo menos).
Tudo ao lado.
A indução do parto começou às 9h30.
Passei por todas as fases do parto normal, mas não fazia dilatação.
Com a questão da arritmia os médicos não arriscaram e partimos para uma cesariana de urgência.
(Sempre rezei para não passar por cesariana)
O Francisco nasceu às 16h20 e só tive com ele às 19h30 para que lhe pudessem fazer 1000 exames.
Quando chegou coloquei-o na mama, ele estava esganado com fome e como sabem, primeiro temos o colostro, que vou ser sincera, não me parece alimentar um bebé - mas é o que é!
De hora a hora o Francisco estava a chorar e não percebíamos porquê. Quando o punha na mama meu deuuuuus ele bem tentava alimentar-se mas... quase nada saía.
Para termos leite também é necessário haver estimulação e muita paciência tanto da parte do bebé como da mãe, mas infelizmente por mais estimulação que houvesse as minhas mamas não lhe davam o que ele precisava.
Viemos para casa ao 4º dia (quando é cesariana temos que ficar no hospital 3 noites), e digo-vos uma coisa... Em 25 anos de vida não me lembro de uma noite pior que a primeira noite em casa. Por um lado apetecia-me fugir, por outro só queria ter leite rapidamente.
Foi uma noite quase em branco e quando finalmente adormecemos, tivemos que acordar para fazer um exame no Hospital de Santa Marta (mais uma vez, a Dra. a explicar que tal acontecimento no coração do Francisco é normal e para não nos preocupar-nos). Para além da noite em branco, esta manhã no hospital também não parecia ter fim. Quando não durmo o meu corpo treme, não consigo comer. Tudo isto associado ao facto de ele estar sempre agarrado às minhas mamas a tentar mamar, e ao facto de não me conseguir mexer para fazer nada, o resultado foi chorar imenso e sentir-me de rastos, como se o mundo estivesse a desabar em cima de mim. Os nervos apoderaram-se de mim.
Aquelas horas de espera até ser a vez dele, passou-me tudo pela cabeça: o bom e o mau. E sou sincera, dei por mim a questionar-me "o que fiz eu? vou ser uma péssima mãe!". Dei por mim a sentir que não estava preparada para aquilo, que não estava capaz de ultrapassar aquela fase complicada.
Sim porque quem diz que amamentar e ter um recém nascido em casa é fácil, das duas uma: ou mente ou tem umas mamas a explodir com leite.
Ao 5º dia continuava sem leite, ele continuava a chorar com fome e fomos à farmácia comprar leite de transição. Deviam ver aquela criança agarrada ao biberão. Qual mama qual quê.
Graças à minha mamy, consegui acalmar-me e descansar umas 2 ou 3 horas.
Nunca me tinha sabido tão bem dormir tão pouco. Estava mesmo a precisar!
Apesar de ter tentado a continuar que ele mamasse (inclusive uma enfermeira do centro de saúde também ajudou) tive que enfrentar o meu terceiro pesadelo: eu não tinha leite para o Francisco.
Nada. Sequinho.
As minhas mamas estavam uma lástima. Gastei meio tubo de Purelan, que é milagroso!
Toda a mama estava em ferida, ora de um lado ele chupava cada vez com mais força, ora de outro as enfermeiras e eu esticávamos os mamilos, apertávamos as mamas, eu sei lá o que nós tentámos para haver leite. É que chegou a um ponto que ele percebeu que não havia leite, então já nem pegava corretamente. Já não havia interesse nas minhas mamas.
A nossa 1ª semana podia ter sido um mar de rosas, mas resumiu-se a isto: tristeza por não haver leite, sentimento de incapacidade, revolta psicológica, choro (muito choro) e preocupação com o coração deste novo ser humano.
Houve um dia que achei que ia ter uma depressão pós-parto. Juro!
Mas felizmente esse pensamento deu-me força para não ir abaixo e para cuidar do meu filho com serenidade e paz.
Depois que passamos a usar o leite de transição tudo começou a melhorar.
Já dormia 3 horas seguidas, eu e o João conseguíamos descansar, tratar da comida, da casa e de nós.
Não havia grande coisa que eu conseguisse fazer em casa, devido à costura da cesariana.
Tal como eu temia, são dores horríveis e sentia-me incapacitada!
A minha sorte é que o João para além de ser o melhor pai do mundo, é o melhor namorado, companheiro e amigo.
Ele cozinhou, limpou a casa, passou a ferro, ia às compras... Fazia tudo!
As nossas mães queriam ajudar e ele não quis porque preferia fazer tudo e queria que este momento por mais difícil que fosse, fosse só nosso. No nosso cantinho, no nosso ninho do amor, cheios de sono mas com uma felicidade enorme de ter o Francisco nos nossos braços e, mais importante que tudo, tê-lo com saúde.
Hoje o Francisco bebe 180ml de leite, dorme noites inteiras (com algumas exceções em que acorda uma vez para comer), é um bebé bem disposto e feliz. Nota-se perfeitamente que ele é feliz. Que nos ama. Que ama o nosso lar e os nossos mimos.
Bolas... Nós amamo-lo daqui até à lua. Não dá para explicar.
1001 beijinhos 💋
Para quem não sabe, ontem no instagram fiz uma sondagem para ver que tema tinham mais curiosidade em ler e foi este que elegeram.
No entanto, quando acabar os tratamentos vou fazer um post sobre esse processo e os resultados. Muitas mães deixam passar este assunto ao lado mas não deviam. O nosso corpo precisa de ter cuidados depois do turbilhão de coisas que se modificam nele durante 9 meses e após o parto.
Mas, hoje vou mesmo contar-vos como foi a 1ª semana do Francisco.
Ainda grávida, às 37 semanas e 4 dias, descobrimos uma arritmia no coração dele.
Ficámos em pânico, mas mantivemos sempre a calma pois consultámos um especialista da área que garantiu não ser preocupante e que vários bebés nascem com arritmia e não complica nada a saúde dos mesmos.
Duas semanas depois, a minha médica provocou-me o parto.
Queria muito que fosse um parto normal sem complicações nenhumas, queria que aquele dia acabasse bem rápido e queria amamentar até aos 6 meses (pelo menos).
Tudo ao lado.
A indução do parto começou às 9h30.
Passei por todas as fases do parto normal, mas não fazia dilatação.
Com a questão da arritmia os médicos não arriscaram e partimos para uma cesariana de urgência.
(Sempre rezei para não passar por cesariana)
O Francisco nasceu às 16h20 e só tive com ele às 19h30 para que lhe pudessem fazer 1000 exames.
Quando chegou coloquei-o na mama, ele estava esganado com fome e como sabem, primeiro temos o colostro, que vou ser sincera, não me parece alimentar um bebé - mas é o que é!
De hora a hora o Francisco estava a chorar e não percebíamos porquê. Quando o punha na mama meu deuuuuus ele bem tentava alimentar-se mas... quase nada saía.
Para termos leite também é necessário haver estimulação e muita paciência tanto da parte do bebé como da mãe, mas infelizmente por mais estimulação que houvesse as minhas mamas não lhe davam o que ele precisava.
Viemos para casa ao 4º dia (quando é cesariana temos que ficar no hospital 3 noites), e digo-vos uma coisa... Em 25 anos de vida não me lembro de uma noite pior que a primeira noite em casa. Por um lado apetecia-me fugir, por outro só queria ter leite rapidamente.
Foi uma noite quase em branco e quando finalmente adormecemos, tivemos que acordar para fazer um exame no Hospital de Santa Marta (mais uma vez, a Dra. a explicar que tal acontecimento no coração do Francisco é normal e para não nos preocupar-nos). Para além da noite em branco, esta manhã no hospital também não parecia ter fim. Quando não durmo o meu corpo treme, não consigo comer. Tudo isto associado ao facto de ele estar sempre agarrado às minhas mamas a tentar mamar, e ao facto de não me conseguir mexer para fazer nada, o resultado foi chorar imenso e sentir-me de rastos, como se o mundo estivesse a desabar em cima de mim. Os nervos apoderaram-se de mim.
Aquelas horas de espera até ser a vez dele, passou-me tudo pela cabeça: o bom e o mau. E sou sincera, dei por mim a questionar-me "o que fiz eu? vou ser uma péssima mãe!". Dei por mim a sentir que não estava preparada para aquilo, que não estava capaz de ultrapassar aquela fase complicada.
Sim porque quem diz que amamentar e ter um recém nascido em casa é fácil, das duas uma: ou mente ou tem umas mamas a explodir com leite.
Ao 5º dia continuava sem leite, ele continuava a chorar com fome e fomos à farmácia comprar leite de transição. Deviam ver aquela criança agarrada ao biberão. Qual mama qual quê.
Graças à minha mamy, consegui acalmar-me e descansar umas 2 ou 3 horas.
Nunca me tinha sabido tão bem dormir tão pouco. Estava mesmo a precisar!
Apesar de ter tentado a continuar que ele mamasse (inclusive uma enfermeira do centro de saúde também ajudou) tive que enfrentar o meu terceiro pesadelo: eu não tinha leite para o Francisco.
Nada. Sequinho.
As minhas mamas estavam uma lástima. Gastei meio tubo de Purelan, que é milagroso!
Toda a mama estava em ferida, ora de um lado ele chupava cada vez com mais força, ora de outro as enfermeiras e eu esticávamos os mamilos, apertávamos as mamas, eu sei lá o que nós tentámos para haver leite. É que chegou a um ponto que ele percebeu que não havia leite, então já nem pegava corretamente. Já não havia interesse nas minhas mamas.
A nossa 1ª semana podia ter sido um mar de rosas, mas resumiu-se a isto: tristeza por não haver leite, sentimento de incapacidade, revolta psicológica, choro (muito choro) e preocupação com o coração deste novo ser humano.
Houve um dia que achei que ia ter uma depressão pós-parto. Juro!
Mas felizmente esse pensamento deu-me força para não ir abaixo e para cuidar do meu filho com serenidade e paz.
Depois que passamos a usar o leite de transição tudo começou a melhorar.
Já dormia 3 horas seguidas, eu e o João conseguíamos descansar, tratar da comida, da casa e de nós.
Não havia grande coisa que eu conseguisse fazer em casa, devido à costura da cesariana.
Tal como eu temia, são dores horríveis e sentia-me incapacitada!
A minha sorte é que o João para além de ser o melhor pai do mundo, é o melhor namorado, companheiro e amigo.
Ele cozinhou, limpou a casa, passou a ferro, ia às compras... Fazia tudo!
As nossas mães queriam ajudar e ele não quis porque preferia fazer tudo e queria que este momento por mais difícil que fosse, fosse só nosso. No nosso cantinho, no nosso ninho do amor, cheios de sono mas com uma felicidade enorme de ter o Francisco nos nossos braços e, mais importante que tudo, tê-lo com saúde.
Hoje o Francisco bebe 180ml de leite, dorme noites inteiras (com algumas exceções em que acorda uma vez para comer), é um bebé bem disposto e feliz. Nota-se perfeitamente que ele é feliz. Que nos ama. Que ama o nosso lar e os nossos mimos.
Bolas... Nós amamo-lo daqui até à lua. Não dá para explicar.
1001 beijinhos 💋
19 de Fevereiro - o dia do nascimento. Aqui estava a fazer exames. |
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Finalmente quando veio para o meu quentinho. |
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Manhã de 20 de Fevereiro |
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Com a minha mãe, noite de 20 de Fevereiro |
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21 de Fevereiro- A nossa primeira selfie |
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Acabado de chegar a casa. |
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A primeira vez a beber leite de transição no biberão |
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